Eu já tive esperanças, sonhei contigo.
Tu estavas no mais alto pedestal.
Hoje, essa imaturidade eu maldigo;
Nada mais que uma ilusão bestial.
Esqueço as rimas, a métrica, mas não a mágica da poesia,
Na medida em que o verso, sempre, minh'alma cura,
Livra do vazio o sentimento, trata a mente, as dores alivia,
Enquanto o coração as perdas ainda mensura.
Quis ser seu anjo protetor, imagem das mais puras.
Agora encarno a figura daquele cavaleiro romântico,
Que, macilento, vagava pelas trevas impuras,
Como entoasse da morte um velado cântico.
Só me interessa ser, então, depois de tanto lamentar,
" O sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!"